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Música e letra por Jair Naves.
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2. |
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Era só uma questão de tempo
Até uma alma piedosa dizer
Com a satisfação de quem põe algo em risco
Põe algo em risco sem o pertencer
Você há de agradecer, você há de agradecer
Ele te acerta sem ver, quase te esmaga, sem ver o estrago que faz
E num estalar de dedos te reduz a algo frágil, pequeno
Fingindo não ver o estrago que faz
No calor do momento, eu nada entendo
A chance me escapa entre os dedos
Aquele foi um grande erro, só agora eu percebo
Se eu pudesse, eu voltaria atrás
E não faria pouco caso do gênio
Que diagnosticou o meu tormento ao gargalhar
Você há de agradecer. Você há de agradecer
Ele te acerta sem ver, quase te esmaga, sem ver
o estrago que faz
E num estalar de dedos te reduz a algo frágil, pequeno
Fingindo não ver o estrago que faz
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3. |
Nas Suas Palavras
03:47
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Quando eu disse: Não há de ser nada
Além da crueldade divina enfim manifestada
Na minha palavra contra a sua palavra
Repertório infindável de dolorosas piadas
Você então me interrompeu
"Faça um favor a si mesmo
Não me force a dizer nada
O que eu sinto é só desprezo
Então eu fiz o que devia ser feito
Pena que me levou tanto tempo pra ver quem você é
Quando eu disse: Não há de ser nada
Além de uma pilha de fotos velhas e amareladas
Dois arqui-inimigos pateticamente de mãos dadas
Parece que foi ontem, e eu até tenho saudade
Você então me interrompeu
Faça um favor a si mesmo
Não me force a dizer nada
O que eu sinto é só desprezo
Então eu fiz o que devia ser feito
Pena que me levou tanto tempo
Vindo de você, é um elogio
Vindo de você, faz tanto sentido
Vindo de você, eu me sinto salvo
Salvo por você, sempre tão superior
Eu não devia mais insistir
Eu não devia mais insistir
Eu não devia mais
Eu não devia
Você então me interrompeu
Faça um favor a si mesmo
Não me force a dizer nada
O que eu sinto é só desprezo
Então eu fiz o que devia ser feito
Pena que me levou tanto tempo
Então eu fiz o que devia ser feito
Pena que me levou tanto tempo pra ver quem você é
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4. |
Poço de Hombridade
01:35
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Desde que eu me entendo por gente
Volta e meia eu tenho o mesmo sonho
Quer dizer, são dois os meus sonhos recorrentes
Mas um deles nem é tão ruim assim
Nesse outro, que é o mais perturbador de todos
Eu me vejo conversando com um pequeno grupo de pessoas quando
De repente, eu sinto todos os meus dentes se soltando na minha boca
Sem qualquer explicação razoável
Todos eles tentando avançar na direção da minha garganta
Sem outra opção, eu encerro a conversa imediatamente
E saio andando com pressa pela rua
Tentando fazer com quem ninguém perceba o que está acontecendo
O que se revela um esforço completamente inútil
Porque os dentes, surpreendentemente brancos, volumosos e arredondados
Começam a escapar da minha boca
Empurrados por uma violenta cachoeira de sangue
E espalhafatosamente caem na palma da minha mão
Desesperado, eu tento pedir socorro e o sonho acaba
Exatamente aí
Eu acordo sempre nessa parte
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5. |
Um Grande Nó
05:01
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Vinte meses em claro
Quase dois anos sem dormir
Prece rezada em longos atos
Senhor, arraste-os pra onde eles não possam mais mentir
O mundo exige um linchamento
(Minha memória retorcida em um grande nó)
Mas eu de nada me arrependo
(Minha memória retorcida em um grande nó)
Quem é o mais covarde?
Eu não saberia dizer
Porque eles só me atacam em bandos
Só agrupados em centenas eles ousam aparecer
O mundo exige um linchamento
(Minha memória retorcida em um grande nó)
Mas eu de nada me arrependo
(Minha memória retorcida em um grande nó)
Cabe a ti, esse é o seu papel
Permaneça em pé
Ouça somente a si mesmo
(Ou ao que lhe convém ouvir)
Com tanto gosto, ela ressurge
Recitando velhos sermões
Berrados a plenos pulmões
Enfim o caçula cresceu, agora há um filho seu
Que o mundo não aprova
E que sua seita ignora
Como um perna amputada que ainda coça, apesar de ausente
Vista-se em lágrimas que jorrem sem cessar
Ordena a voz que me persegue sem cansar
Ah, eu conheço bem quem me assombra
Tão dedicado a mim
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6. |
Unha e Carne
03:08
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Ferve o sangue até então frio
No meu peito indócil e dolorido
Dizem que eu enlouqueci
Que eu te dei tudo o que você quis
Tão entregue e tão feliz
E que você me mataria com um simples sopro seu
Eu estava tão decidido
Morto, mas presente em espírito
Como um personagem bíblico
Como a atração principal de um circo
Encantado e convencido
De que você me ressuscitaria com um simples sopro seu
Não há mais quem nos separe
Somos os dois uma só parte
Juntos como unha e carne
No meu coração frágil, que não sobreviveria nem sequer a um sopro seu
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7. |
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Pelo pouco que eu conheço a vida
Eu não posso me queixar
Quem de todo e qualquer ataque se esquiva
Não pode se queixar
Porém, aqui eu confesso
Janeiro continua sendo o pior dos meses
Quando eu estiver desprevenido
Volta e acaba comigo
Lembra como você era boa nisso?
Foi tudo um ledo engano, ela tem novos planos
Irreconhecivelmente otimista
Eu, preso no mesmo lugar
Milhões de cortes pra estancar
Regando flores mortas, beijando fotos
Ninguém pode me culpar
Quando eu estiver desprevenido
Volta e acaba comigo
Lembra como você era boa nisso?
Foi tudo um ledo engano, ela tem novos planos
Irreconhecivelmente otimista
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8. |
Qorpo-Santo de Saias
04:15
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Tinha plena consciência do ato que cometia
A maior covardia de que se tem notícia
Qorpo-Santo, em sua reencarnação feminina
Assina a maior covardia de que se tem notícia
Se bem que a responsabilidade também é minha
Pelo maior fiasco de que se tem notícia
Por tanto tempo eu tentei ser o escudo humano que a protegia
O maior fiasco de que se tem notícia
Não é do meu feitio ser tão obsessivo
O choro compulsivo não é do meu feitio
O hino inimigo ressoa
E ressoa, e ressoa
Em praça pública, à luz do dia
A maior covardia de que se tem notícia
Qorpo-Santo, em sua reencarnação feminina
Assina a maior covardia de que se tem notícia
Ninguém sabe ao certo se eu fui algoz ou vítima
O maior fiasco de que se tem notícia
Qorpo-Santo, fêmea longínqua e minha
Fêmea longínqua e minha
Tente não dar ouvidos ao canto tão agressivo
É um grito inofensivo
É você que o mantém vivo
O hino inimigo ressoa
E ressoa, e ressoa
Sob o efeito de um banquete de comprimidos
Esse quarto finalmente testemunha uma noite de sono tranquilo
Embora eu saiba que em todo lugar
Porque se hoje foi assim, então sempre será
O hino inimigo ressoa
E ressoa, e ressoa
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9. |
Sob o Tapete Vermelho
04:39
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Saiba que eu lembro bem de cada frase dita
De cada passo em falso, de cada pequena encenação
Sobrou alguém que você não condena?
Alguém que você se arrepende de ter deixado pra trás?
Eu quero fugir para onde ninguém me conheça
retomar a minha vida do ponto onde ela parou
Bondade sua, ouvir tão desatenta
queixas do lado mais fraco, de quem não se recompôs
Que estendam o tapete vermelho
Que comece o desfile de mágoas
Sem sequelas, sem qualquer problema
Só as marcas de abandono que ardem em tudo
em que você já encostou
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10. |
Desova
03:02
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11. |
Trégua
05:00
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Curvado frente ao trono
No que eu posso ajudar?
Leia o meu nome escrito no crachá
Parece amargo e infeliz?
Qual punição cabe aqui?
Meu feito heroico: eu me rendi
Eu me rendi
Eu me rendi
Jovem viúva em prantos
Nascida pro papel
Esconde o riso largo sob o véu
Parece amargo e infeliz?
Qual punição cabe aqui?
Meu feito heroico: eu me rendi
Perante o júri, eu fiquei mudo
Lisonjeado com o insulto
Um orador limitado a um idioma morto
O que vai ser de mim?
Meu testemunho falso,
meu crime em potencial
Meu filho enforcado no cordão umbilical
Parece amargo e infeliz?
Qual punição cabe aqui?
Meu feito heroico: eu me rendi
Eu me rendi
Eu me rendi
Perante o júri, eu fiquei mudo
Lisonjeado com o insulto
Um orador limitado a um idioma morto
O que vai ser de mim?
Queira o melhor para mim
Me mantém acordado
Me bota para dormir
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